Neste mês de março, tive a honra de participar como facilitadora da atividade “Mapas de Itaquera: Entre Histórias e Afetos”, idealizada pelo Sesc. Ela faz parte da iniciativa do Sesc São Paulo “Territórios do Comum”, que compreende atividades na área de meio ambiente, valorização social e acessibilidade, com oficinas, cursos, vivências e laboratórios colaborativos, fomentar ações sociais na área de sustentabilidade, buscando gerar discussões e intervenções os territórios onde estão inseridas as unidades do Sesc.
Os objetivos desta atividade de mapeamento participativo foram basicamente fortalecer os laços entre atores do território (bairro de Itaquera, SP), identificar e mapear seus interesses, iniciativas, potenciais, desejos e conflitos e também produzir conteúdo e material referente à atividade, e que possam ser utilizados em atividades futuras também.
Assim, a atividade foi desenvolvida por mim no dia 24 de março de 2023, das 14:00 às 17:30, com alguns membros dos conselhos gestores locais. Em um primeiro momento, houve apresentações individuais, seguidas de um questionamento, que foi relembrar e citar uma conquista e uma carência do bairro de Itaquera ao longo dos últimos anos, visando assim traçar uma trajetória de conquistas para o território, mas também falar das lutas e carências locais. Cada participante teve seu espaço para falar do território nestas duas perspectivas, e durante cerca de 1 hora, os participantes comentaram dos parques locais e seu impacto positivo na qualidade de vida dos moradores, como a disponibilidade de áreas verdes, a biodiversidade. Melhorias na gestão dos resíduos sólidos também foram citadas, assim como melhorias gerais na infraestrutura e desenvolvimento do bairro. Entretanto, ao lado das conquistas, há demandas que ainda precisam ser atendidas, como por exemplo, a implementação de um corredor ecológico entre os parques, a dificuldade para atrair a população e manter um engajamento mínimo para solicitar demandas à prefeitura. Uma demanda particularmente urgente seria melhorias no transporte público do bairro, e que conecte a região ao restante de São Paulo de forma efetiva. Questões como habitação e educação também foram discutidas mais amplamente.
Após o debate inicial, foram desenvolvidos mapas falantes, com imagens impressas do bairro, nas quais os participantes puderam marcar com maior precisão os locais das demandas e conquistas mais discutidas. Também foi realizada a facilitação gráfica de todo o encontro, com Bergamottas, proporcionando um resumo ilustrado dos principais tópicos discutidos, e mais, definição de propostas concretas para seguir adiante, como a transparência na gestão pública, o uso racional e adequado de verbas, o que poderia ser conseguido com uma comunicação com os cidadãos mais adequada e fortalecida. Reforço que criar meios de comunicação entre cidadãos e gestão pública é imprescindível para a implementação de melhorias e buscar uma cidade mais justa e sustentável. Vale lembrar ainda o essencial papel da implementação da Unifesp no bairro, e ainda o estudo aprofundado de vulnerabilidades ambientais e sociais em conjunto, para a definição de soluções mais efetivas. Veja na figura a seguir os principais tópicos abordados neste rico encontro, e em breve os mapas produzidos serão disponibilizados também.
Visite o site: www.comunidadesvivas.com.br e acompanhe este e outros trabalhos de mapeamento participativo.
Agradeço a oportunidade dada pelo Sesc São Paulo, e a parceria com Bergamottas Facilitação Gráfica.